A relação entre conforto no escritório e produtividade

A relação entre conforto no escritório e produtividade

Nunca se falou tanto em ergonomia. Mas, afinal, o que é ergonomia e por que ela pode aumentar a produtividade no trabalho? Antes de mais nada, estamos tratando de um conjunto de regras e procedimentos criados para manter a saúde dos colaboradores, dentro e fora do ambiente profissional.

Tanto no escritório da empresa quanto no home office, escolher os equipamentos e móveis certos faz uma enorme diferença na produtividade. 

De acordo com o estudo Linking Workplace Best Practices and Organizational Financial Performance, companhias que investem no bem-estar dos trabalhadores são até 235% mais eficientes do que as outras. Além disso, dar atenção à ergonomia no ambiente de trabalho também reduz as doenças ocupacionais e, segundo levantamento do pesquisador francês Henri Savall, diminui o desperdício de matérias-primas em até 25%.

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Quando uma empresa oferece boas condições de trabalho ao seu time, os funcionários se sentem mais valorizados e mais dispostos a trabalhar. Uma coisa puxa a outra. Assim, atuar em um ambiente profissional adequado também diminui as faltas e evita acidentes. 

A longo prazo, menos faltas e menos acidentes de trabalho impactam diretamente no quadro de ausências frequentes e afastamentos por motivos médicos.

Altura do computador, tipo de cadeira, temperatura adequada, tempo de descanso entre as atividades, ruídos, disposição de móveis e até condições emocionais de trabalho: tudo isso afeta a nossa capacidade de produzir e os resultados que geramos. 

Então, se você não dorme em serviço e quer otimizar os resultados e melhorar a relação entre quantidade e qualidade de entregas X recursos gastos, fique atento ao ambiente profissional.

Conforto e desempenho

A ergonomia tem uma regulamentação própria, a NR 17, desenvolvida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A NR 17 estabelece normas para adaptar as condições de trabalho às características psicológicas e físicas do time de uma empresa. 

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Nesse sentido, a NR 17 reúne uma série de regras para proporcionar conforto, segurança e eficiência no desempenho profissional tanto em empresas e escritórios quanto em indústrias.

Em primeiro lugar, é fundamental que os móveis e equipamentos sejam adequados. Afinal, má postura e excesso de movimentos repetitivos não apenas prejudicam a saúde do colaborador como também representam um alto custo para a empresa. 

Só para termos uma ideia, cerca de 90% dos afastamentos profissionais no Brasil são causados por doenças osteomusculares ou sofrimento mental. De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2007 e 2016 houve um aumento de 184% de casos de doenças por esforço repetitivo, as DORT/LER. 

No último ano, a pandemia de Covid-19 acabou agravando doenças físicas e psíquicas em razão dos desafios e das consequências da nova forma de vida e de trabalho. O home office, ao que tudo indica, não será uma maré passageira.Segundo um levantamento da consultoria Workana com 2.810 funcionários em países da Europa e Américas, inclusive o Brasil, 43,7% das pessoas disseram que o home office resultou em impactos psicológicos. 

Uma boa cadeira, para começar

Assim, diante desse cenário, a cadeira é uma das peças mais importantes de um escritório amigo da produtividade. Numa jornada de 8 horas diárias, por exemplo, são 40 horas semanais, 160 mensais, quase 2 mil horas por ano com o corpinho encostado em um único lugar! 

Portanto, convenhamos: uma cadeira de trabalho pode ser tudo menos desconfortável.

Então, para começo de conversa, esqueça aquela cadeira que você pegava emprestada da cozinha para trabalhar. Tanto na empresa quanto no home office, a cadeira do escritório deve levar em conta aspectos como a existência de braços e rodinhas, altura e inclinação do encosto, altura do assento e dos braços. 

Uma boa cadeira ajuda no aumento de concentração, na redução do cansaço e até mesmo na melhora do ritmo de trabalho. A altura da mesa também deve ser levada em consideração. Os antebraços precisam ficar apoiados sobre a mesa ou o teclado do computador, sem que o usuário deixe os braços muito esticados ou muito encolhidos.

Vencida a missão “ter uma boa cadeira”, vale a pena mirar em uma mesa ergonômica e uma tela de computador com altura adequada. Aliás, em um artigo recente aqui no mesmo no blog, mostramos a diferença que faz ter um bom monitor, seja em um setup gamer, seja no escritório, principalmente com o aumento das horas que ficamos na frente da tela.

Respira, inspira, não pira

Em síntese, estamos falando de conforto físico, mas não apenas dele. Enquanto a ergonomia física está relacionada à anatomia/características físicas do trabalhador e como elas se adaptam às condições de trabalho dele, há ainda outros tipos de ergonomia que devem ser levados em consideração para aumentar o conforto e a produtividade dos times. 

Saiba mais sobre eles:

Ergonomia de correção

A correção se trata da adequação do ambiente de trabalho e seus detalhes que geram conforto ou incômodo que pode ser prejudicial. São analisadas questões como iluminação, temperatura, ruídos, disposição de móveis e como isso impacta o colaborador.

Ergonomia de concepção

A concepção preza por desenvolver ambientes de trabalho projetados para serem mais amigáveis ao profissional, ou seja, que esses locais já sejam construídos ou montados da maneira certa. O foco pode ser escritórios, fábricas ou qualquer tipo de estação de trabalho.

Ergonomia de conscientização

Trabalho fundamental em qualquer área, a conscientização é a vertente do trabalho dedicada justamente ao engajamento do colaborador sobre a importância da ergonomia e seus impactos. Assim, a ideia é implementar palestras, vídeos, comunicados e até mesmo uma cobrança cotidiana por melhorar a postura e seguir os recursos propostos e oferecidos.

Ergonomia operacional

A vertente operacional da ergonomia é focada em estabilizar processos menos agressivos e mais focados em oferecer boas condições de trabalho. A ideia é evitar sobrecarga ao profissional, projetando estruturas e esquemas de atuação focados em produtividade, mas com qualidade de atuação para evitar qualquer problema.

Ergonomia cognitiva

Quando controlados, o estresse e cansaço são parte até mesmo de um trabalho de gestão de conflitos. Essas reações estão em alta quando os processos de atuação geram mais ansiedade, desgaste e uma pressão excessiva. Essas condições de trabalho impactam diretamente o raciocínio, a memória do colaborador e sua concentração.

Pelo tamanho da lista, dá pra ver que há muita coisa em jogo quando falamos da equação produtividade X conforto no ambiente de trabalho. Mas não se aflija: começando por um local de trabalho organizado, confortável e ergonomicamente adequado, os resultados nas outras áreas serão estimulados e até potencializados.

 

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